Toda a Igreja Militante, Padecente e Triunfante, celebra dia 4 de agosto o nascimento para o Céu do Cura d’Ars, São João Maria Vianney. Canonizado pelo papa Pio XI em 1925, o nosso amado Santo Cura foi elevado patrono dos párocos em 1929 e atualmente é venerado como padroeiro e modelo para todos os sacerdotes.
Com uma leitura superficial de sua vida poderíamos tomá-lo simplesmente como um bom e santo sacerdote. Porém, São João Maria Vianney, é uma fonte pulsante para todo membro da Igreja que anseia pela vida espiritual e missionária. Nascido para existência terrena em 8 de maio de 1786 a meia noite, também nesta data foi agraciado em nascer para Cristo com o sacramento do Batismo. Desde sua mais tenra infância nota-se sua extraordinária inclinação às coisas do Pai, predestinação ao Seu serviço e um amor especial à Virgem Imaculada. Contava sua irmã Margarida que o santo confessava a mãe na infância que queria ganhar muitas almas para Deus. Da Mãe de Deus trazia consigo apaixonadamente uma imagem que acompanhou-o até a sepultura, confessando “A Santíssima Virgem é meu maior afeto, amava-A antes mesmo de A conhecer”.
Devido a sua humildade demorou-se em iniciar os estudos e quando desejou ser padre, sofreu as conseqüências: grande dificuldade em aprender. Foi assistido de perto pelo Pe. Balley, que cuidou pessoalmente de sua formação e empenhou-se em defender a vocação de seu jovem paroquiano junto às autoridades eclesiásticas. Antes de conferir Santa Ordem (recebida pelo santo dia 9 de agosto de 1815 com 29 anos e após muita luta) foi investigado da seguinte forma pelo responsável em autorizar sua ordenação: “É devoto?... Reza o Rosário?... Tem um especial amor para com a Virgem Maria?... Então será um bom sacerdote!” A um devoto crítico e escrupuloso que leia essas linhas pode soar como um abuso, porém Aquela que formou o Sumo e Eterno Sacerdote Jesus Cristo não será digna de toda a confiança e necessária para formar todo aquele que busca ser “persona Chisti”?
Sacerdote recém ordenado foi servir ao Senhor da messe como vigário junto ao Pe. Balley, ao qual santamente e reciprocamente acusavam-se de serem severos demais com as mortificações pessoais. Após a morte de seu amado tutor, é enviado ao povoado de Ars. Lá foi provado do início do ministério no local até sua morte. Já o bem sabemos que terra era Ars: os prostíbulos e casas de jogos eram freqüentados quase que diariamente pelos moradores e lá estava o humilde padre! Porém o justo é provado no fogo e o santo sacerdote ia aos pés do Senhor diariamente, visitva todas as casas do local e mortificava-se. A Igreja começou a encher, Jesus Sacramentado passa a ser adorado todo o momento, as pessoas acorriam ao confessionário. Após uma longa batalha no confessionário todos os dias lá estava o santo Cura no púlpito: pregando, exortando, ensinando... Vale salientar que não era dotado de uma oratória erudita, mas falava a linguagem que penetrava as almas e as inquietava. Ele apresentava a face do “Bom Deus” digno de nosso amor e asseava o pecado das almas com o Sacramento da Penitência.
As almas têm sede de Deus e o Santo cura João Maria exalava santidade. Sua reputação de santidade alastrou-se e Ars virou um pólo de peregrinação, seu confessionário vivia lotado, muitos peregrinos precisavam dormir nas filas. Apesar de tanto sucesso no seu ministério o padre continuava tão humilde ou mais que antes: sua batina era “filha” única e cheia de remendos. Seu sapato era furado e muitos confessavam que via-se os dedões. Quando perguntavam sobre suas roupas dizia que “uma batina surrada combina com a mais bela casula”. O zelo pela Casa e pelas almas do Senhor o consumia. Dormia de 2 a 4 horas por noite, comia medíocres refeições. Fundou em sua paróquia diversos confrarias e obras de assistência social, podemos citar as Confrarias do Santo Rosário (às senhoras) e do Santíssimo Sacramento (aos homens), mas a Casa da Providência era a menina de seus olhos. Tinha especial apreço e cuidado esse bom Pastor.
A Virgem venerada como Imaculada era amada apaixonadamente pelo santo. Além de afeto esse grande sacerdote confiava na eficácia da ação da Virgem Maria para a conversão e santificação das almas. Era escravo de amor e não contentava em viver apenas na sua intimidade a sua escravidão. Consagrou toda a sua paróquia ao Imaculado Coração de Maria Santíssima e mandando confeccionar um coração de bronze, listou todos os seus paroquianos e selou-os no Coração da Virgem. Aos devotos ez-se publicar duas guias para as almas devotas: “Guia das almas piedosas nos santuários de Maria” e “Considerações sobre a necessidade de conhecer Jesus Cristo”. Fundou a Confraria da Santa Escravidão à qual tinha especial amor, escrevendo os 10 mandamentos do escravo da Santíssima Virgem.
À nós, Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus, esse Sacerdote santo é um luzeiro que infude um parâmetro e modelo acabado, e já reconhecido pela santa Igreja. Temos o chamado de prover o sustento espiritual ao Clero de nossa diocese e de dioceses de nossas missões, rezando todos os dias por mais operários à messe. Pedimos virtudes inerentes àqueles que hoje realizam seu ministério como pastores de nossa Igreja. Clamamos pela liberdade de espírito, castidade, pobreza, obediência, amor à Cruz, entrega dos bens espirituais e o amor a Eucaristia. Convidamos as almas que se consagram a Jesus por Maria Santíssima na Santa Escravidão de amor em nossos grupos, a adotarem espiritualmente e aleatoriamente um membro de nosso clero. Portanto o fiel, consagrado a Virgem Maria ou qualquer pessoa que também deseje adotar, compromete-se em rezar diariamente por seu filho espiritual, formando assim uma corrente de amor e intercessão. Rezando por esses homens que na limitação humana e diante de tantas provações e perseguições lutam para configurar-se a Cristo como Bom Pastor e rosto de misericórdia do Pai.
Lanço hoje uma proposta: ame seu sacerdote! Faça uma homenagem a ele no seu dia e principalmente reze para que pela intercessão de São João Maria Vainney e aos cuidados da Virgem Maria que pela graça divina seja ele configurado a Cristo.
São João Maria Vianney modelo dos sacerdotes, rogai por nós!
Isabelle de Maria
Consagrada a Nossa Senhora.
Para citar esse artigo:
Isabelle de Maria - "São João Maria Vianney, modelo de sacerdócio em Cristo e escravidão de Amor a Virgem Maria"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus
Online, 03/08/2011
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