“O consentimento pelo qual os esposos se entregam e se acolhem mutuamente é selado pelo próprio Deus. A aliança dos esposos é integrada na aliança de Deus com os homens: ‘O autêntico amor conjugal é assumido no amor divino” (CIC, 1639).
A união entre homem e mulher, como nos orienta nossa Santa Mãe Igreja, não é mera instituição humana, mas designa a própria vontade divina, pois nasceu do coração do próprio Deus. Selado pelo próprio Salvador, esse sacramento é indissolúvel, fonte inexprimível de bênçãos, e caminho de santificação para o casal.
O Sacramento do matrimônio é ainda, um tesouro de riquezas insondáveis, que exprime de maneira perfeita a união de Cristo com a Igreja, por isso os casais devem se amar tal como o Senhor amou a Sua Esposa e se entregou por Ela, sendo a aliança entre eles indissolúvel, também o matrimônio o é. Esse é, portanto, o grande mistério do amor conjugal: prefigurar o amor imaculado e indissolúvel de Deus pelo Seu povo! (Cf. Ml 2,14; Ef 5, 21-33).
Tendo em vista a beleza que é esse Sacramento, não podemos nos deixar levar pela concepção errônea que o mundo tenta difundir, utilizando-se, sobretudo, das novelas, filmes e programas para deturpar o seu real sentido. É preciso combater a falsa visão de que o sexo pode ser vivido no tempo do namoro, ou ainda, que o casamento existe pelo simples fato de “morar junto”. Muitos jovens pensam que casar é “ter uma vida sexual oficializada” ou então, “curtir a vida a dois sem preocupação”!
Ora, não é nada disso! O verdadeiro sentido do matrimônio ou do casamento é o amor verdadeiro, que exige maturidade, doação e responsabilidade. Não se trata de uma brincadeira, que “se não der certo separa”... Trata-se de uma decisão séria, pois será por toda a vida e implica a formação de uma família!
É, pois, na família que reside a maior expressão da fecundidade do casal. Os filhos são dom de Deus e expressam os frutos do matrimônio, devem ser desejados desde o primeiro instante que decidem se casar. Nesse contexto, o sexo assume grande importância, pois consiste na celebração do amor conjugal, unindo em profundidade o corpo e a alma do casal, que cumpre por meio desse ato de amor, o admirável desígnio de Deus que ao criá-los ordenou: “Sereis uma só carne” (Cf. Gn 2,24), e ainda “Crescei e multiplicai-vos” (Cf. Gn 1, 28).
Conforme nos aponta Aquino (2010, p.17): “O sexo é algo muito sublime no plano de Deus, é um ato santo e santificador no casamento e querido por Deus”. Por ser revestido de tamanha dignidade, incluindo em seu plano a geração de novas vidas é que o sexo deve ser vivido de maneira correta, amparado pelas bênçãos do Sacramento do Matrimônio. Dessa maneira, a vivência sexual não deve fazer parte do tempo do namoro, pelo fato de não existir entre os namorados a aliança consolidada do matrimônio. Assim, devem viver a castidade, preocupando-se em conhecer a alma e não o corpo da pessoa amada.
A castidade é uma virtude belíssima! Reflete a pureza do amor e a sua magnificência! Por meio da castidade São José e Nossa Senhora viveram o Sacramento do Matrimônio em sua plenitude. De acordo com o Beato João Paulo II, o Papa escravo de Nossa Senhora: “A comunhão de amor virginal entre Maria e José, embora constitua um caso muito especial, ligado à realização concreta do mistério da Encarnação, foi todavia um verdadeiro matrimônio”.
A aliança entre os dois era autêntica, pois possuíam a alma e o coração verdadeiramente desposados! Em decorrência desse amor verdadeiro, São José e Nossa Senhora formaram uma verdadeira família, estruturada nos alicerces da Vontade de Deus, possuindo a sua centralidade em Cristo e animada pelo Espírito Santo.
Somos todos chamados a imitarmos o modelo de santidade da família de Nazaré. Os esposos devem se dedicar a observância das virtudes de São José, buscando viver a sua castidade, humildade, mansidão, justiça, desapego, dedicação, e, sobretudo, a sua total disposição em fazer a vontade de Deus. As esposas, por sua vez, devem buscar ser para seus esposos tal como Nossa Senhora para São José, imitando a Sua doçura, o Seu zelo, Sua delicadeza, paciência, amorosidade, diligência, sobretudo o Seu silêncio, que representava o acolhimento perfeito dos planos divinos.
Se o casal buscar viver de fato cada uma dessas virtudes, conseguirá gerar e educar seus filhos no amor de Deus, orientando-os à santidade, de tal maneira, que nascerão de nossos lares uma nova geração de homens e mulheres... Novos “Josés”, novas “Marias”, novos “meninos Jesus”, e assim, novas famílias sagradas!
Conhecendo as imensuráveis riquezas do Sacramento do Matrimônio, façamos o firme propósito de obedecermos ao chamado de Deus em nossas vidas: a santidade! Como? Sendo fiéis a nossa vocação, fixando os nossos pés na Promessa de Deus para a nossa vida!
Promessa que para nós, casais Discípulos da Mãe de Deus, se traduz em nossa Palavra de Fundação (Cf. 1 Tm 4, 12-16), onde o Senhor nos ordena: “Torna-te modelo para os fiéis! No modo de falar e de viver, na caridade, na fé e na castidade” e nos promete: “Se isto fizeres, salvar-te-ás a ti mesmo e aos que te ouvirem!”
Que essa ordem do Senhor se estenda a todos os casais, para que sejam modelo e testemunho para os fiéis na vivência de um matrimônio santo!
Sagrada Família de Nazaré, rogai por nós!
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BIBLIOGRAFIA
AQUINO, Felipe Rinaldo Queiroz de. Matrimônio. Coleção Sacramentos. São Paulo: Editora Canção Nova, 2007.
______. Sereis uma só carne. Lorena: Cléofas, 2009.
______.Vida Sexual no Casamento. Lorena: Cléofas, 2010.
______. A Virgem Maria – 58 catequeses do Papa João Paulo II sobre Nossa Senhora. Lorena: Cléofas, 2006.
IGREJA CATÓLICA. Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 2000.
Pollyanderson Mariano e Maria Cristina
Membros nível II de Aliança, residentes do Condomínio Mãe de Deus e Coordenadores da Missão temporária da Fraternidade em Santa Cruz/RN.
Para citar esse artigo:
Pollyanderson e Maria Cristina - "As Riquezas do Matrimônio"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus
http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2011/08/as-riquezas-do-matrimonio.html
Online, 03/08/2011
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