segunda-feira, 11 de julho de 2011

Escapando do inferno com o verdadeiro Escapulário

          
           De um lado um anjinho, de outro um diabinho. Assim é um “escapulário” que pode ser encontrado à venda na internet. O sentido (que o vendedor chama de “brincadeira”) é o seguinte: se você está num dia bom o anjinho fica pra frente, se não... (tsc). Além desse péssimo exemplo supracitado, hoje em dia o escapulário é utilizado de várias formas: com a imagem de cantores famosos, de times de futebol e até dá nome a uma música de Caetano Veloso. Cabe perguntarmos, contudo, o que é o escapulário? De onde vem? Qual o seu sentido na vida do cristão? Qualquer pessoa pode usá-lo? São essas questões que orientam essa breve reflexão.
            Antes de tudo, o escapulário não é apenas mais uma corrente que vai do peito até as costas (scapulas significa ombros em latim), com um símbolo qualquer em ambos os lados. O escapulário é um sacramental, cuja história é reconhecida pela Igreja no âmbito da ordem do Carmo. Em 16 de julho de 1251, São Simão Stock, superior geral da ordem do Carmo, recebeu das mãos de Nossa Senhora este sacramental como fonte de graças e sinal de proteção para aqueles que o portarem com fé. No século seguinte, a Virgem do Carmo aparece novamente, dessa vez ao Papa João XXII, prometendo uma assistência especial aos que usassem o escapulário, além de livrá-los do purgatório no sábado seguinte a morte (privilégio sabatino).
              O escapulário também traz muitos frutos de santidade, dos quais podemos citar o jovem africano beatificado em 1994, pelo Papa João Paulo II, que o chamou de o “mártir do escapulário”. Trata-se do bem-aventurado Isidoro Bakanja, cuja vida difícil, marcada de trabalho escravo, terminou após renunciar a ordem do seu algoz (um colonizador belga e ateu) de retirar o escapulário de Nossa Senhora do Carmo, símbolo de sua fé. O mártir foi chicoteado até formar uma grande chaga em suas costas, fazendo-o sofrer durante seis meses até a sua morte, em odor de santidade, em 15 de agosto de 1909. [1]
Grandes santos da Igreja testemunham também o uso do verdadeiro escapulário e o recomendam, dentre os quais podemos citar: São Simão Stock, São João da Cruz, Santa Teresa de Jesus, Santo Afonso Maria de Ligório, São Pedro Claver, São João Bosco e São Boa Ventura. Nessa medida, qualquer pessoa não só pode, mas deve usá-lo [2]. Além desses já proclamados santos, o beato João Paulo II escreveu uma carta por ocasião do 750° aniversário da devoção ao escapulário, onde afirma que:
            São, portanto duas as verdades recordadas no sinal do Escapulário: por um lado, a proteção contínua da Virgem santíssima, não só ao longo do caminho da vida, mas também no momento da passagem para a plenitude da glória eterna; por outro, a consciência de que a devoção a Ela não se pode limitar a orações e obséquios em sua honra em algumas circunstâncias, mas deve constituir um “hábito”, isto é, um ponto de referência permanente do seu comportamento cristão, tecido de oração e de vida interior, mediante a prática freqüente dos Sacramentos e o exercício concreto das obras de misericórdia espiritual e corporal. Desta forma o Escapulário torna-se sinal de “aliança” e de comunhão recíproca entre Maria e os fiéis; de fato, ele traduz de maneira concreta a entrega que Jesus, na cruz, fez a João, e nele a todos nós, da sua Mãe, e o ato de confiar o seu apóstolo predileto e nós a Ela, constituída nossa Mãe espiritual.
            A Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus, assim, oferece esse sinal de aliança com Nossa Senhora aos seus visitantes (que vão às casas de formação ou de retiro). É de suma importância que haja a investidura no fiel pelo sacerdote, para que, através da oração e da benção, possa gozar dos privilégios do uso do santo escapulário. Como a investidura é no fiel, caso se quebre podemos trocar o santo escapulário por outro, pois a benção foi concedida a nós! Estaremos, então, de maneira especial sob a proteção materna da Virgem Mãe, “trabalhando na construção de um mundo mais fraterno, de justiça e de paz” [4]. Eis o sentido de portar essa armadura, à exemplo dos santos. Fujamos dos “escapulários” de diabinhos aparentemente inofensivos... Escapemos do inferno com o verdadeiro escapulário!


Notas e referências:

[1] http://www.prestservi.com.br/diaconoalfredo/santos/i/ba_isidoro_bakanja.htm

[2] http://www.basilicadocarmocampinas.org.br/origem.htm

[3] Carta do Santo Padre Papa João Paulo II por ocasião dos 750 anos de devoção ao escapulário: (1251 a 16 de julho – 2001).

[4] Da fórmula de imposição do santo escapulário





Eugênio Maria
Membro aliança nível 2, músico e compositor.






Para citar esse artigo:
Eugênio Maria - "Escapando do inferno com o verdadeiro Escapulário"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus
http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2011/07/escapando-do-inferno-com-verdadeiro.html
Online, 11/07/11

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Maria: Servidora e Apóstola do Senhor



I – Maria Santíssima e os Tempos de Hoje
Em sua obra, Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria, São Luis Maria Grignion de Montfort coloca que: “... na segunda vinda de Jesus Cristo, Maria deverá ser conhecida e revelada pelo Espírito Santo, afim de que por Ela seja Jesus Cristo conhecido, amado e servido...”, e, o Santo diz, ainda, que “A salvação do mundo começou por Maria, e é por Ela que se deve consumar”. Quando faz estas colocações, São Luis quer nos despertar para a grandeza e a necessidade que todos temos de buscar conhecer e amar a Santíssima Virgem para que por Ela possamos conhecer e amar Jesus Cristo.
Alguns de nós, mesmo católicos, e, principalmente, os não católicos, duvidam da importância da Virgem Maria, e, muitas vezes, A colocam como somente a mãe de Jesus homem. Porém, a Sagrada Escritura nos mostra o contrário, como em Gênesis 3, 15 onde Deus estabelece a única inimizade e ausência de amor, “Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a Dela. Ela te esmagará a cabeça, e tu armarás ciladas ao seu calcanhar”. E o Cristo, seguindo as escrituras, nos Evangelhos mostra atribui a sua Mãe o título de MULHER, mas não uma mulher qualquer, mas a Mulher constituída por Deus desde toda a eternidade para esmagar a cabeça de satanás. E quem é esta Mulher? A Bíblia e a tradição da Igreja nos dizem claramente que esta mulher é Maria Santíssima, que foi agraciada pela Santíssima Trindade desde a sua concepção, tendo Deus Pai lhe dado toda a graça, Deus Filho lhe preservado, por seus méritos, do pecado e por Ela nos transmitido suas virtudes e méritos e Deus Espírito Santo que por Ela nos deu, além dos dons e carismas, o defensor,o paráclito, como nas leituras que tivemos após a Páscoa.
Deus não estabeleceu diversas inimizades, mas uma única e irreconciliável, entre a Mulher, Maria Santíssima, e a serpente, satanás, e entre os descendentes de uma e do outro. Mas quais os motivos de satanás querer perseguir os filhos da Virgem Maria, em especial aqueles que a Ela se entregam com amor, servidão e devoção e também os sacerdotes, os filhos prediletos que nos trazem o Cristo Jesus na Sagrada Eucaristia? Um dos motivos é porque a inveja e o orgulho de satanás são tão grandes que ele tenta lutar e não aceita ser derrotado por Aquela que se mantendo na simplicidade, na humildade e obediência, e, pelos filhos Desta, pois como quis ser um dia como Deus, jamais aceita ser derrotado pela Serva do Senhor. Outro motivo é que sabendo o demônio que não pode enfrentar Deus, busca usar de artifícios para atrair os homens, como fez com nossos primeiros pais. Contudo, ao encontrar em uma alma a Virgem Maria, ele foge e reconhece em Maria Santíssima Aquela que sendo fiel a Deus salvou das mãos do demônio os homens, dados a ele por Eva, e os entregou a Deus ao atuar na salvação dos homens, tanto que a Carta Apostólica Redemptoris Mater o Papa João Paulo II colocou a Nova Eva como a mãe do redentor e que contribuiu para a salvação dos homens.
Assim, Maria Santíssima tem um papel especial nestes últimos tempos, o de encher de santos os tronos deixados vazios pela queda de lúcifer e dos seus sequazes.
Entendendo a vontade de Deus, a Igreja nos mostra o caminho da Santíssima Virgem Maria em vários documentos, estudos e determinações gerais à Comunidade Católica do mundo.
 No Código de Direito Canônico, Cân. 1186, informa-se que para alimentar e fortificar a santificação do povo de Deus, recomenda-se especial veneração à Santíssima Virgem Maria. Vale lembrar que o Código de Direito Canônico foi promulgado pelo Papa João Paulo II, escravo da Santíssima Virgem Maria. Mas o que é um Código? É um conjunto de leis que estabelecem normas de comportamento. Ex. no Código Penal tem escrito que matar é crime com pena mínima de seis anos. Assim, a sugestão do Código Canônico é uma regra de comportamento que deve ser seguida para um comportamento correto e segundo a vontade de Deus.
Em outro documento, a Lumen Gentium, Constituição Dogmática sobre a Igreja, documento surgido no Concílio do Vaticano II, reunião de religiosos, teólogos, padres, bispos e o povo de Deus, presidida pelo Papa, a Igreja colocou um capítulo dedicado à Santíssima Virgem Maria, onde foram feitas exortações profundas a respeito da necessidade do auxílio, da proteção, da maternidade e, principalmente, do papel salvífico de Maria Santíssima o Mistério da Redenção. Além disso, o Concílio nos exorta a imitar Nossa Senhora, que nunca teve mácula, pecado ou foi vitima da concupiscência e ter na Virgem Maria como exemplo de virtudes para que vençamos o pecado e cresçamos em santidade. Por fim, a Lumem Gentium orienta os fieis a realizarem práticas de devoção para com a Santíssima Virgem Maria, mas não práticas puramente piedosas, mas as que foram recomendadas pelo magistério da Igreja através dos séculos.
O Papa Paulo VI, em exortação sobre o culto à Nova Eva, documento publicado após o Concilio, nos diz que: “A terminar esta nossa Exortação apostólica,veneráveis Irmãos, desejamos frisar ainda, em breve síntese, o valor teológico do
culto à Santíssima Virgem, e relembrar, resumidamente, a sua eficácia pastoral para a renovação dos costumes cristãos. A piedade da Igreja para com a bem-aventurada Virgem Maria é elemento intrínseco do culto cristão. Essa veneração que a Igreja tem vindo a prestar à Mãe do Senhor, em todos os lugares e em todos os tempos, desde a saudação com que Isabel a bendiz (cf. Lc 1,42-45) até as expressões de louvor e de súplica da nossa época, constitui um excelente testemunho da sua norma de oração e um convite a reavivar nas consciências a sua norma de fé. E, em contrapartida, a norma de fé da Igreja exige também que, por toda a parte, floresça com pujança a sua norma de oração pelo que se refere à Mãe de Cristo.” (grifo nosso)
Assim, a Igreja Católica quer nos mostrar com a prática de uma devoção verdadeira à Mãe de Deus, não o caminho da salvação, que é Jesus Cristo, Aquele que É, mas quer, através da prática da Verdadeira Devoção ensinada por diversos santos, mostrar que devemos ser fieis verdadeiros e nos espelhar em Maria Santíssima para buscar a verdadeira conversão e santidade em Maria, com Maria, por Maria e para Maria, tudo para a maior glória de Deus.

II – Os Apóstolos dos Últimos Tempos
São Luis ensina, ainda no primeiro capítulo do Tratado da Verdadeira Devoção, que Deus não constituiu apenas a inimizade entre a Virgem Maria e satanás, mas, também, entre a descendência da Santíssima Virgem e a da serpente. A inimizade de satanás para com os filhos da Virgem Fiel foi determinada por Deus desde toda a eternidade, pois os filhos fieis da Mãe de Deus esmagarão, juntamente com Ela, a cabeça da serpente e de seus sequazes, mas estes ferirão o calcanhar.
A mensagem de São Luis quer nos dar com o comentário do trecho do Genesis é que a Mãe das Dores é também a Mãe da Igreja, e esta Igreja é formada por um corpo místico que é a Nossa Senhora e por um corpo físico, o povo que forma a Igreja, sendo cada um de nós, e, por sermos Igreja e estarmos aqui neste mundo buscando a santidade e levando-a para nossos irmãos é que o demônio se volta contra cada um de nós, já que ele não ousa chegar perto da Virgem Maria.
E nós consagrados e consagrandos, o que temos com isso? Absolutamente tudo. Devemos tornar Maria Santíssima mais querida, conhecida e amada, mostrando a cada um que a Verdadeira Devoção à Maria é Cristocêntrica, tem Cristo como fim último, e que o caminho mais perfeito, fácil, reto e seguro de chegar a este objetivo é renovando as promessas batismais através da escravidão de amor ensinada pelo Padre de Montfort. Como faremos isso? Como prepararemos o reinado da Mãe de Deus para que venha o reino de Cristo? Todo consagrado pelo método ensinado por São Luis Maria deve ser apóstolo, mas não apenas um apóstolo de levar a palavra de Deus aos irmãos, mas defender e imprimir em cada homem e mulher o selo  e a verdadeira devoção mariana, pois, conforme o Documento de Aparecida, “Em Maria, encontramo-nos com o Cristo, com o Pai e o Espírito Santo e da mesma forma com os irmãos”.
E mais, os apóstolos de Maria Santíssima, chamados por São Luis Maria de apóstolos dos últimos tempos, além de buscarem levar a todos o conhecimento reto de Maria Santíssima, serão homens e mulheres desapegados do mundo e de suas máximas, levarão sempre a prática evangélica e, tomando as virtudes de Nossa Senhora, não temerão ao levar o conhecimento de Deus e de sua Santa Mãe a todos os povos, e, como profetizado, serão perseguidos e humilhados por Deus, mas como Jeremias e o próprio Jesus, nos ensinam, que sejamos perseguidos por levar Deus aos homens, pois mesmo que tenhamos nossos presentes de Deus, as cruzes, Maria Santíssima adoça as nossas cruzes e podemos carregá-las com mais facilidade, mérito e glória.


Para citar esse artigo:
Alexsandro de Maria - "Maria: Servidora e Apóstola do Senhor"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus
http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2011/07/maria-servidora-e-apostola-do-senhor.html
Online, 06/07/2011




Alexsandro de Maria
Membro aliança nível 3, casado e compõe o Conselho Geral da Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus.