quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

DOGMA MARIANO IV: Assunção de Maria Sstma.

por Alexsandro de Maria

Último dos dogmas marianos discutidos e proclamados, o dogma da Assunção da Virgem Maria surgiu como uma forma de reconhecimento da recompensa que a Virgem Maria recebeu de Deus por toda a sua vida de humildade, sacrifício, dor e doação, com uma glorificação imediata da alma e do corpo, o qual foi transportado pelos anjos ao céu, para que não houvesse a corrupção do corpo. Somente Deus poderia remunerar com a devida glória os serviços prestados pela Mãe das Dores aos homens.
São Germano de Constantinopla, no século VII,  afirmava:  “Assim como um filho busca estar com a própria Mãe, e a Mãe anseia viver com o filho, assim foi justo também que Tu, que amavas com um coração materno a Teu Filho, Deus, voltasses a Ele.”. Assim, a Igreja, desde seus primórdios, reconhece a grandeza da Virgem Maria e o reconhecimento de Deus para que Este levasse aos céus as sua Mãe Fidelíssima. 
O Papa Pio XII, em 01 de novembro de 1950, na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, afirmou que, depois de terminar o curso terreno de sua vida, ela foi assunta de corpo e alma à glória celeste. Mais de 200 teólogos, em todas as partes da Igreja, demonstraram interesse e entusiasmo pela definição dogmática. A declaração se deu nos seguintes termos: “Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos s. Pedro e s. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. Assim, a Igreja, atendendo os anseios do povo de Deus reconheceu a grandeza da Mãe de Deus.     
Anos após a proclamação do dogma, o Catecismo da Igreja Católica diz, acerca da Assunção: “Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda a mancha do pecado original, terminado o curso da vida terrestre foi assunta de corpo e alma à glória celeste. E, para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho,  Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo. A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos”(CIC, 966). Assim, a Igreja confirma, por meio do Catecismo, que a Virgem Maria foi levada aos céus pelos anjos como forma de reconhecimento da parte de Deus de tão gloriosos méritos concedidos à Santíssima Virgem Maria e que não poderia a Mãe do Verbo Encarnado ter corrompido o seu corpo.
O Concílio do Vaticano II, por sua vez, explica que tendo a Virgem Mãe de Deus sido preservada do pecado original pelos méritos de seu Filho, não poderia permanecer como todos os homens até o julgamento final e ter seu corpo corrompido.”Para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos Senhores,  e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do Universo”(Lumen Gentium, 59).É importante esclarecer duas situações. A primeira diz respeito à questão da morte ou da, segundo a idéia dos Católicos do Oriente, da dormição de Nossa Senhora, ou seja, se a Virgem Maria teria morrido ou dormido e levada pelos anjos. Quando da fixação do dogma, a Santa Igreja não emitiu nenhuma orientação acerca da morte ou dormição da Mãe do Redentor, não nos possibilitando, assim, de afirmar em qual situação se deu o fim da vida terrena de Nossa Senhora.  Outra questão se refere a diferença entre ascensão e assunção. Por ascensão se entende a subida de Jesus Cristo aos céus, para junto do Pai, por seus próprios méritos. Já a assunção é a subida da Virgem Maria aos céus levada pelos anjos, ou seja, a Virgem Maria não foi aos céus por méritos seus, mas por graça de Deus foi levada aos céus em corpo e alma pelos anjos de Deus.

Referências:
CATECISMO da Igreja Católica: Edição típica Vaticana. São Paulo: Loyola, 2000.
AQUINO, Felipe Rinaldo de Queiroz de. (org.). A Virgem Maria – 58 Catequeses do Papa sobre Nossa Senhora/ Papa João Paulo II. Lorena: Cléofas, 2006.
CARVALHO, César Augusto Saraiva de; CARVALHO, Mara Lúcia Figueirêdo Vieira de. Totus Tuus – Manual de Consagração a Jesus por Maria Santíssima (Método de São Luís Maria Grignion de Montfort)
Na escola de Maria 2 – Os Dogmas Marianos. Sociedade Mãe e Rainha. Santa Maria, 2009.






Alexsandro de Maria é membro aliança nível 3, casado e mora no Condomínio Mãe de Deus.

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