A Sexta-Feira Santa é o memorial da
solidariedade de Jesus até a morte na cruz No centro da liturgia de hoje está a
cruz, erguida como sinal e prova do amor de Cristo, condenado inocente e
injustamente, torturado até a morte, colocando sua vida nas mãos do Pai,
confiando na justiça e na misericórdia de Deus.
No Domingo de Ramos, Jesus, entrando em
Jerusalém, apresenta a sua mensagem religiosa, capaz de transformar a
sociedade, tornar as pessoas verdadeiramente irmãs e firmar um culto em
espírito e verdade. Na última ceia, partilhando o pão e rendendo graças ao Pai,
Cristo mostra-nos em que consiste o milagre da partilha e a força
revolucionária do serviço e da solidariedade.
Logo depois, sofre a rejeição e a
condenação por causa de seu projeto em favor da vida, dos esquecidos e
marginalizados. Enfrenta a morte violenta na cruz para proclamar que o Reino, a
liberdade e o pão com fartura só virão dos corações de pessoas solidárias,
abnegadas e consagradas. Pessoas estas capazes de viver e mostrar que o pão só
tem sentido, quando partilhado.
A liturgia da Sexta-Feira Santa não é
uma mera repetição do relato ou da cena evangélica, mas também um sacramental
de nossa rejeição, nosso sofrimento, nossa paixão no mundo de hoje, o qual
teima em não aceitar os valores pregados por Cristo, sobretudo sua mensagem
profunda de paz, verdade e amor.
Celebramos a Paixão de Jesus, do seu
sofrimento assumido como expressão de compaixão pela multidão de sofridos e da
nossa compaixão com todos os aflitos em sua busca de libertação.
A Cruz é um desafio e um apelo para que
os cristãos assumam o projeto de vida de Jesus e promovam a luta contra a fome
e a corrupção, em favor da paz, anunciando a esperança e construindo a
fraternidade dos irmãos. Foi este o sentido da Cruz de Cristo.
Na Sexta-feira Santa, a Igreja celebra
a Paixão e Morte do Senhor. É um dia de respeito, silêncio e simplicidade,
quando é preciso recordar e compreender a dor e o sofrimento de Jesus, como
também refletir sobre a profundidade de seu amor por nós, a tal ponto de dar a
sua própria vida pela remissão de todos os pecados da humanidade.
A cerimônia da Sexta-Feira Santa é
dividida em quatro momentos: a) a Paixão Proclamada, com a liturgia da palavra,
em que conhecemos os detalhes da dor do Filho de Deus, na história passada; b)
a Paixão Invocada, com a solene oração universal, realizada pela Igreja e pelas
comunidades do mundo inteiro, que atualizam no tempo o sofrimento de Cristo; c)
a Paixão Venerada, com a adoração da Santa Cruz, local onde se concentram as
dores de Jesus e encontramos forças para carregar nossa cruz cotidiana; e d) a
Paixão Comungada, com a comunhão eucarística, a qual queremos recebê-la durante
toda a nossa vida. Receber sim na comunhão o Cristo total, o Crucificado e o
Ressuscitado, o Cristo da Verdade e do Perdão, o Cristo da Alegria e o da
Justiça.
Na Sexta-Feira Santa, em respeito e
homenagem à maior de todas as missas e de todos os sacrifícios imolados sobre a
face da terra: a Morte de Cristo, não se celebra a Eucaristia. Nesse dia,
celebra-se o amor de Deus, que é vida e tem mais poder do que o pecado e a
própria morte. Jesus mostra-nos que a realidade da morte é a passagem para a
libertação plena, a páscoa definitiva. A cruz sangrenta de Jesus, dolorosa e
injusta, transforma-se em vitoriosa e resplandecente. A morte de Cristo é o
símbolo do fim de uma antiga aliança, do velho homem e início de uma vida nova.
Comungamos com o mistério da cruz que nos salva, com o mistério da cruz na qual
sofrem muitos de nossos irmãos e também com o mistério de nossa própria cruz, que
unida à de Cristo, será também redentora.
Para citar esse artigo:Pe. João Medeiros FIlho
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus | A PAIXÃO DE CRISTO (SEXTA FEIRA SANTA)
http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2013/03/a-paixao-de-cristo-sexta-feira-santa.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário