I – Maria Santíssima e os Tempos de Hoje
Em sua obra, Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria, São Luis Maria Grignion de Montfort coloca que: “... na segunda vinda de Jesus Cristo, Maria deverá ser conhecida e revelada pelo Espírito Santo, afim de que por Ela seja Jesus Cristo conhecido, amado e servido...”, e, o Santo diz, ainda, que “A salvação do mundo começou por Maria, e é por Ela que se deve consumar”. Quando faz estas colocações, São Luis quer nos despertar para a grandeza e a necessidade que todos temos de buscar conhecer e amar a Santíssima Virgem para que por Ela possamos conhecer e amar Jesus Cristo.
Alguns de nós, mesmo católicos, e, principalmente, os não católicos, duvidam da importância da Virgem Maria, e, muitas vezes, A colocam como somente a mãe de Jesus homem. Porém, a Sagrada Escritura nos mostra o contrário, como em Gênesis 3, 15 onde Deus estabelece a única inimizade e ausência de amor, “Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a Dela. Ela te esmagará a cabeça, e tu armarás ciladas ao seu calcanhar”. E o Cristo, seguindo as escrituras, nos Evangelhos mostra atribui a sua Mãe o título de MULHER, mas não uma mulher qualquer, mas a Mulher constituída por Deus desde toda a eternidade para esmagar a cabeça de satanás. E quem é esta Mulher? A Bíblia e a tradição da Igreja nos dizem claramente que esta mulher é Maria Santíssima, que foi agraciada pela Santíssima Trindade desde a sua concepção, tendo Deus Pai lhe dado toda a graça, Deus Filho lhe preservado, por seus méritos, do pecado e por Ela nos transmitido suas virtudes e méritos e Deus Espírito Santo que por Ela nos deu, além dos dons e carismas, o defensor,o paráclito, como nas leituras que tivemos após a Páscoa.
Deus não estabeleceu diversas inimizades, mas uma única e irreconciliável, entre a Mulher, Maria Santíssima, e a serpente, satanás, e entre os descendentes de uma e do outro. Mas quais os motivos de satanás querer perseguir os filhos da Virgem Maria, em especial aqueles que a Ela se entregam com amor, servidão e devoção e também os sacerdotes, os filhos prediletos que nos trazem o Cristo Jesus na Sagrada Eucaristia? Um dos motivos é porque a inveja e o orgulho de satanás são tão grandes que ele tenta lutar e não aceita ser derrotado por Aquela que se mantendo na simplicidade, na humildade e obediência, e, pelos filhos Desta, pois como quis ser um dia como Deus, jamais aceita ser derrotado pela Serva do Senhor. Outro motivo é que sabendo o demônio que não pode enfrentar Deus, busca usar de artifícios para atrair os homens, como fez com nossos primeiros pais. Contudo, ao encontrar em uma alma a Virgem Maria, ele foge e reconhece em Maria Santíssima Aquela que sendo fiel a Deus salvou das mãos do demônio os homens, dados a ele por Eva, e os entregou a Deus ao atuar na salvação dos homens, tanto que a Carta Apostólica Redemptoris Mater o Papa João Paulo II colocou a Nova Eva como a mãe do redentor e que contribuiu para a salvação dos homens.
Assim, Maria Santíssima tem um papel especial nestes últimos tempos, o de encher de santos os tronos deixados vazios pela queda de lúcifer e dos seus sequazes.
Entendendo a vontade de Deus, a Igreja nos mostra o caminho da Santíssima Virgem Maria em vários documentos, estudos e determinações gerais à Comunidade Católica do mundo.
No Código de Direito Canônico, Cân. 1186, informa-se que para alimentar e fortificar a santificação do povo de Deus, recomenda-se especial veneração à Santíssima Virgem Maria. Vale lembrar que o Código de Direito Canônico foi promulgado pelo Papa João Paulo II, escravo da Santíssima Virgem Maria. Mas o que é um Código? É um conjunto de leis que estabelecem normas de comportamento. Ex. no Código Penal tem escrito que matar é crime com pena mínima de seis anos. Assim, a sugestão do Código Canônico é uma regra de comportamento que deve ser seguida para um comportamento correto e segundo a vontade de Deus.
Em outro documento, a Lumen Gentium, Constituição Dogmática sobre a Igreja, documento surgido no Concílio do Vaticano II, reunião de religiosos, teólogos, padres, bispos e o povo de Deus, presidida pelo Papa, a Igreja colocou um capítulo dedicado à Santíssima Virgem Maria, onde foram feitas exortações profundas a respeito da necessidade do auxílio, da proteção, da maternidade e, principalmente, do papel salvífico de Maria Santíssima o Mistério da Redenção. Além disso, o Concílio nos exorta a imitar Nossa Senhora, que nunca teve mácula, pecado ou foi vitima da concupiscência e ter na Virgem Maria como exemplo de virtudes para que vençamos o pecado e cresçamos em santidade. Por fim, a Lumem Gentium orienta os fieis a realizarem práticas de devoção para com a Santíssima Virgem Maria, mas não práticas puramente piedosas, mas as que foram recomendadas pelo magistério da Igreja através dos séculos.
O Papa Paulo VI, em exortação sobre o culto à Nova Eva, documento publicado após o Concilio, nos diz que: “A terminar esta nossa Exortação apostólica,veneráveis Irmãos, desejamos frisar ainda, em breve síntese, o valor teológico do
culto à Santíssima Virgem, e relembrar, resumidamente, a sua eficácia pastoral para a renovação dos costumes cristãos. A piedade da Igreja para com a bem-aventurada Virgem Maria é elemento intrínseco do culto cristão. Essa veneração que a Igreja tem vindo a prestar à Mãe do Senhor, em todos os lugares e em todos os tempos, desde a saudação com que Isabel a bendiz (cf. Lc 1,42-45) até as expressões de louvor e de súplica da nossa época, constitui um excelente testemunho da sua norma de oração e um convite a reavivar nas consciências a sua norma de fé. E, em contrapartida, a norma de fé da Igreja exige também que, por toda a parte, floresça com pujança a sua norma de oração pelo que se refere à Mãe de Cristo.” (grifo nosso)
Assim, a Igreja Católica quer nos mostrar com a prática de uma devoção verdadeira à Mãe de Deus, não o caminho da salvação, que é Jesus Cristo, Aquele que É, mas quer, através da prática da Verdadeira Devoção ensinada por diversos santos, mostrar que devemos ser fieis verdadeiros e nos espelhar em Maria Santíssima para buscar a verdadeira conversão e santidade em Maria, com Maria, por Maria e para Maria, tudo para a maior glória de Deus.
II – Os Apóstolos dos Últimos Tempos
São Luis ensina, ainda no primeiro capítulo do Tratado da Verdadeira Devoção, que Deus não constituiu apenas a inimizade entre a Virgem Maria e satanás, mas, também, entre a descendência da Santíssima Virgem e a da serpente. A inimizade de satanás para com os filhos da Virgem Fiel foi determinada por Deus desde toda a eternidade, pois os filhos fieis da Mãe de Deus esmagarão, juntamente com Ela, a cabeça da serpente e de seus sequazes, mas estes ferirão o calcanhar.
A mensagem de São Luis quer nos dar com o comentário do trecho do Genesis é que a Mãe das Dores é também a Mãe da Igreja, e esta Igreja é formada por um corpo místico que é a Nossa Senhora e por um corpo físico, o povo que forma a Igreja, sendo cada um de nós, e, por sermos Igreja e estarmos aqui neste mundo buscando a santidade e levando-a para nossos irmãos é que o demônio se volta contra cada um de nós, já que ele não ousa chegar perto da Virgem Maria.
E nós consagrados e consagrandos, o que temos com isso? Absolutamente tudo. Devemos tornar Maria Santíssima mais querida, conhecida e amada, mostrando a cada um que a Verdadeira Devoção à Maria é Cristocêntrica, tem Cristo como fim último, e que o caminho mais perfeito, fácil, reto e seguro de chegar a este objetivo é renovando as promessas batismais através da escravidão de amor ensinada pelo Padre de Montfort. Como faremos isso? Como prepararemos o reinado da Mãe de Deus para que venha o reino de Cristo? Todo consagrado pelo método ensinado por São Luis Maria deve ser apóstolo, mas não apenas um apóstolo de levar a palavra de Deus aos irmãos, mas defender e imprimir em cada homem e mulher o selo e a verdadeira devoção mariana, pois, conforme o Documento de Aparecida, “Em Maria, encontramo-nos com o Cristo, com o Pai e o Espírito Santo e da mesma forma com os irmãos”.
E mais, os apóstolos de Maria Santíssima, chamados por São Luis Maria de apóstolos dos últimos tempos, além de buscarem levar a todos o conhecimento reto de Maria Santíssima, serão homens e mulheres desapegados do mundo e de suas máximas, levarão sempre a prática evangélica e, tomando as virtudes de Nossa Senhora, não temerão ao levar o conhecimento de Deus e de sua Santa Mãe a todos os povos, e, como profetizado, serão perseguidos e humilhados por Deus, mas como Jeremias e o próprio Jesus, nos ensinam, que sejamos perseguidos por levar Deus aos homens, pois mesmo que tenhamos nossos presentes de Deus, as cruzes, Maria Santíssima adoça as nossas cruzes e podemos carregá-las com mais facilidade, mérito e glória.
Para citar esse artigo:
Alexsandro de Maria - "Maria: Servidora e Apóstola do Senhor"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus
http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2011/07/maria-servidora-e-apostola-do-senhor.html
Online, 06/07/2011
Alexsandro de Maria
Membro aliança nível 3, casado e compõe o Conselho Geral da Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus.
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