O Catecismo da Igreja
Católica, após apresentar a explanação sobre a Revelação divina, contida nas
Sagradas Escrituras, que trazem a história da relação de Deus com o homem,
através das Alianças com Noé, Abraão, Moises e, finalmente, com o envio de
Jesus Cristo, Palavra definitiva do Pai e o envio do Espírito Santo, que
garante a interpretação da Escritura, na Igreja, constituindo a Tradição,
caracterizam a fé como graça, como ato humano, sua relação com a inteligência,
definindo-a como fides quaerens
intellectum (a fé procura compreender). Após essa explanação que constitui
a primeira seção da Primeira Parte, o Catecismo traz uma longa explicação da
Profissão de Fé. Elas são sínteses da fé
da Igreja, formulas breves e normativas para todos, e que também são chamadas
de “Símbolos”., que significa coletânea, coleção ou sumario. O “Símbolo da fé”
é a coletânea das principais verdades da fé.
Daí o fato de ele servir como ponto de referencias primeiro e
fundamental da catequese. Conhecemos, de modo especial, dois Símbolos ou
Profissão de Fé: o Símbolo apostólico e o Símbolo niceno-constantinopolitano. O
símbolo apostólico, assim chamado por ser, com razão considerado o resumo fiel
da fé dos apóstolos. É o antigo símbolo batismal da Igreja de Roma. O Símbolo,
denominado Niceno-constantinopolitano, tem sua grande autoridade no fato de ter
resultados dos dois primeiros Concílios ecumênicos (Nicéia, em 325 e
Constantinopla, em 381). As Profissões de Fé também se chamam “Credo”, em razão
da primeira palavra com que normalmente começam: “Creio em Deus...”. A primeira
ocasião em que nos encontramos com a Profissão de fé é no Batismo. Por isso, o
“Símbolo da fé” é chamado de símbolo batismal. Na catequese de inspiração
catecumenal , no percurso de formação dos cristãos há um momento chamado
“entrega do símbolo” (Tradditio symboli),
celebrado antes do dia do Batismo. A Profissão de fé está dividida em três
partes: primeiro, fala-se da primeira Pessoa divina e da obra admirável da
criação; em seguida, da segunda Pessoa divina e do Mistério da Redenção dos
homens; finalmente, da terceira Pessoa divina, fonte e princípio de nossa
santificação. É o mistério da Santíssima Trindade, fonte de todos os mistérios
da fé. Toda a história da salvação não é senão a historia da vida e dos meios
pelos quais o Deus vivo e verdadeiro, Pai e Filho e Espírito Santo, se revela,
reconcilia consigo e une a si os homens que se afastam do pecado. De fato, tudo
parte da Trindade e volta à Trindade: criação em Cristo, promessa de
reconciliação e perdão, por causa do pecado, aliança, envio dos profetas,
Encarnação de Jesus Cristo, envio do Espírito Santo, formação da Igreja tudo é
ação da Trindade que conduz à plenitude de vida, na glória da visão de Deus
face a face.
Pe. Paulo Henrique da Silva
Capelão do Instituto Maria Auxiliadora (Natal), Diretor de estudos do Seminário de São Pedro e Professor de Teologia da FAHS.
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