terça-feira, 15 de maio de 2012

Maria, Onipotência Suplicante: Aquela que tem as chaves do coração de Deus




Onipotente (todo poderoso), onisciente (saber pleno), onipresente (em todas as partes): só Deus, a súplica de Maria santíssima se dá de forma mística e eficaz, ela não recebe, como Pedro, as chaves do céu, nem sendo enviada como os apóstolos para percorrer o mundo pregando o evangelho. Ela não escreve o evangelho da Virgem Maria como fazem os evangelistas, nem escreveu artigos ou livros como os teólogos. Sua influência na igreja, do tempo dos apóstolos até hoje e por todos os séculos que se seguiram desde então, é muito maior que dos apóstolos, papas, teólogos e evangelizadores.
São Luís Maria Grignion de Montfort no seu tratado da verdadeira devoção a Santíssima Virgem, nos diz: ‘‘Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por ela que deve reinar no mundo’’. (TVD 1)
‘‘Como se fara isso?’’ (Lc, 1,34), como foi a sua influência?
A sua condição de Mãe de Deus e de nossa intercessora junto a Ele: como mãe, possui as ‘‘chaves do coração de Deus’’: ‘‘Schlock’’ como intercessora, não tem deixado de usá-las de geração em geração: ‘‘Schlock,schlock,schlock...’’
São Luís de Montfort novamente nos assegura sobre a mediação de Maria Santíssima: “Deus pai consentiu que jamais em sua vida Ela fizesse algum milagre, pelo menos um milagre visível e retumbante, conquanto lhe tivesse outorgado o poder de fazê-los. Deus filho consentiu que Ela não falasse, se bem lhe houvesse comunicado a sabedoria divina. Deus Espírito Santo consentiu que os apóstolos e evangelistas a Ela mal se referissem, e apenas no que fosse necessário para manifestar Jesus Cristo. E, no entanto, ela era a esposa do Espírito Santo. Maria é a obra-prima por excelência do altíssimo, cujo conhecimento e domínio ele reservou para si. Maria é a mãe admirável do Filho, a quem aprouve humilhá-la e ocultá-la durante a vida para lhe favorecer a humildade, tratando-a de mulher (Jo 2, 4; 19, 26), como a uma estrangeira, conquanto em seu coração a estimasse e amasse mais que todos os anjos e homens. Maria é a fonte selada (Ct 4, 12) e a esposa fiel do Espírito Santo, onde só ele pode penetrar. Maria é o santuário, o repouso da Santíssima Trindade, em que Deus está mais magnífica e divinamente que em qualquer outro lugar do universo, sem excetuar seu trono sobre os Querubins e Serafins; e criatura alguma pura que seja, pode aí penetrar sem um grande privilégio”. (TVD 4-5)
Mais do que Pedro e Paulo, Ela sempre viveu nesta continua união perfeita com Deus por amor. Pertenceu sempre e completamente a Deus e Deus a Ela, ‘‘Não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim’’ (Gálatas 2,20) daí sempre tratando de obter para nós, mediante a sua intercessão, tudo aquilo que depende da vontade e do poder de Deus: curas, libertações, bens materiais e espirituais, etc.

 ‘‘Todos os dias, dum extremo da terra ao outro, no mais alto dos céus, no mais profundo dos abismos, tudo prega, tudo exalta a incomparável Maria. Os nove coros de anjos, os homens de todas as idades, condições e religiões, os bons e os maus. Os próprios demônios são obrigados, de bom ou mau grado, pela força da verdade, a proclamá-la bem-aventurada. Vibra-nos os Céus, como diz São Boaventura, o clamor incessante dos anjos: Santa, Santa, Santa, Maria, Mãe de Deus e Virgem; e milhões e milhões de vezes, todos os dias, eles lhe dirigem a saudação angélica: Ave, Maria..., prostrando-se diante dela e pedindo-lhe a graça de honrá-la obedecendo a suas ordens, São Miguel, que é o mais zeloso em render-lhe e procurar toda a sorte de homenagens, sempre atento, para ter a honra de, à sua palavra, prestar um serviço a algum dos seus servidores.
Toda a Terra está cheia de sua glória, particularmente entre os cristãos, que a tomam como padroeira e protetora em muitos países, províncias, dioceses e cidades. Inúmeras catedrais são consagradas sob a invocação do seu nome. Igreja alguma se encontra sem um altar em sua honra; não há região ou país que não possua alguma de suas imagens milagrosas, junto das quais todos os males são curados e se obtêm todos os bens. Quantas confrarias e congregações erigidas em sua honra! Quantos institutos e ordens religiosas abrigadas sob seu nome e proteção! Quantos irmãos e irmãs de todas as confrarias, e quantas religiosas e religiosos a entoar os seus louvores, a anunciar as suas maravilhas! Não há criancinha que, balbuciando a Ave-Maria, não a louve; mesmo os pecadores, os mais empedernidos, conservam sempre uma centelha de confiança em Maria. Dos próprios demônios no inferno, não há um que não a respeite, embora temendo.
Depois disto é preciso dizer, em verdade, com os santos: de Maria nunca basta... Ainda não se louvou, exaltou, amou e serviu suficientemente a Maria, pois muito mais louvor, respeito, amor e serviço ela merece’’. (TVD 8-10)

Maria cheia do espírito santo e onipotência suplicante
Monsenhor Jonas Abib, no livro Maria, a mulher de gêneses ao apocalipse, nos diz: Nossa Senhora não é onipotente. Mas Deus a fez para nós a ‘‘onipotência suplicante’’, porque foi ao máximo da humildade. O Senhor a fez cheia do Espírito Santo e a constituiu a grande intercessora, a medianeira de todas as graças: A nossa ‘‘ Onipotência Suplicante, frente a Deus’’.
Onipotência suplicante quer dizer: aquela que consegue de Deus tudo o que pede. Isso está ou não provado nas Bodas de Caná? O próprio Jesus disse: “que queres de mim, mulher? A minha hora ainda não chegou” (João 2,4). Não tinha chegado a hora de Jesus. Ele era totalmente obediente ao Pai, mas realizou o milagre por causa da intercessão de Nossa Senhora.
Em Marcos 7,28-29: Uma Mulher veio pedir a Jesus que fosse a sua casa, porque sua filha estava doente, possessa. O Senhor disse-lhe que não podia ir, pois havia sido mandado pelo Pai para as ovelhas perdidas da casa de israel. Porque a mulher era sírio-fenícia, ele não poderia deixar que o pão da mesa dos filhos caísse para os cachorrinhos. Cristo estava dizendo: “eu tenho de obedecer ao meu Pai. Não posso ir lá”. Mas, diante da humildade da mulher, ao lhe dizer: “É verdade, senhor, mas debaixo da mesa, os cachorrinhos comem as migalhas dos filhos'. Ele lhe disse: 'por causa desta palavra, vai, o demônio saiu da tua filha”.
Mais uma vez, com a chave da humildade, abre o coração de Deus: ‘‘Schlock’’
É a ‘‘Onipotência da Humildade’’. Deus não resiste aos humildes. Resiste, sim, aos soberbos. O senhor olhou a baixeza de sua serva (Lc 1,48). Maria é a onipotência suplicante: a onipotência da humildade, que: ‘‘Schlock...’’ abre o coração de Deus.
Nas bodas de Caná, Jesus tinha de obedecer ao Pai: não tinha ainda chegado a sua hora. No entanto, na hora em que a mãe falou e já foi dando ordens para os serventes: “Sua mãe disse aos que serviam: 'fazei tudo o que ele vos disser'. Havia lá seis talhas de pedra destinadas às purificações dos judeus; elas continham cada uma duas ou três medidas; Jesus disse a eles: 'enchei de águas essas talhas'; e eles encheram-nas até a borda” (Jo 2,5-7), por causa da sua humildade, Maria conseguiu que o milagre se realizasse. Deus quer que você seja humilde e conquiste a onipotência suplicante da Santíssima Virgem Maria: tanto a da humildade como a da súplica.
Com a humildade profunda, Maria Santíssima continua com as chaves do coração de Deus ‘‘Schlock’’
 ‘‘Confesso com toda a igreja que Maria é uma pura criatura saída das mãos do Altíssimo. Comparada, portanto, à majestade infinita, Ela é menos que um átomo, é, antes, um nada, pois que só Ele é “aquele que é” (Ex 3, 14) e, por conseguinte, este grande Senhor, sempre independente e bastando-se a si mesmo, não tem nem teve jamais necessidade da Santíssima Virgem para a realização de suas vontades e a manifestação de sua glória. Basta-lhe querer para tudo fazer”. (TVD 14-15)
Digo, entretanto, que, supostas as coisas como são, já que Deus quis começar e acabar suas maiores obras por meio da Santíssima Virgem, depois que a formou, é de crer que não mudará de conduta nos séculos dos séculos, pois é Deus, imutável em sua conduta e em seus sentimentos’’.
Uma intercessora de poucas palavras - A mulher aparece no gênese, e depois João nos apresenta à Maria em duas ocasiões chave: em Caná e no Gólgota, e posteriormente no apocalipse. Em ambas Jesus se dirige a Ela chamando-lhe de "Mulher". E em ambas Maria acompanha o filho como ‘‘co-intercessora’’ e como modelo de intercessão.
"Três dias depois, celebravam-se bodas em Caná da Galileia e achava-se a Mãe de Jesus, também foram convidados Jesus e os seus discípulos" (João 2,1-2), nos levando a crer que ela é quem foi convidada, é levou Jesus, pois estava na cozinha e Ele na sala com seus discípulos.
Recordemos a presença de Maria em nossas vidas é o melhor convite e garantia da presença de Jesus: "Eles já não tem vinho."
Na cultura mediterrânea, a falta de vinho em uma boda constituía um desastre traduzido em uma grande vergonha para os recém-casados.  Que a falta do vinho das virtudes e da obediência as leis de Deus na sua vida não sejam causas de vergonha na sua família. Ninguém, nem os noivos, nem o mordomo, ninguém havia se dado conta de tal situação. Só Maria que observava a todos com olhos de mãe.
“Pois que a graça aperfeiçoa a natureza e a glória aperfeiçoa a graça, é certo que Nosso Senhor continua a ser, no Céu, tão filho de Maria, como o foi na terra”. Por conseguinte, Ele conserva a submissão e obediência do mais perfeito dos filhos para com a melhor das mães. Cuidemos, porém, de não atribuir a essa dependência o menor abaixamento ou imperfeição em Jesus Cristo. Maria está infinitamente abaixo de seu filho, que é Deus, e, portanto, não lhe dá ordens, como uma mãe terrestre as dá a seu filho.
Maria, porque está toda transformada em Deus pela graça e pela glória que, em deus, transforma todos os santos, não pede, não quer, não faz a menor coisa contrário à eterna e imutável vontade de Deus. Quando se lê, portanto, nos escritos de São Bernardo, São Bernardino, São Boaventura, etc., que no céu e na terra tudo, o próprio Deus, está submisso à Santíssima Virgem, devemos entender que a autoridade, que Deus espontaneamente lhe conferiu, é tão grande que ela parece ter o mesmo poder que deus, e que suas preces e rogos são tão eficazes que se podem tomar como ordens junto de sua majestade, e ele não resiste nunca às súplicas de Sua Mãe, porque Ela é sempre humilde e conformada à vontade divina.
Se Moisés, pela força de sua oração, conseguiu sustar a cólera de Deus contra os israelitas, e de tal modo que o altíssimo e infinitamente misericordioso Senhor lhe disse que o deixasse encolerizar-se e punir aquele povo rebelde, que devemos pensar, com muito mais razão, da prece da humilde Maria, a digna Mãe de Deus, que tem mais poder junto da majestade divina, que as preces e intercessões de todos os Anjos e Santos do céu e da terra?!
No céu, Maria dá ordens aos anjos e aos bem-aventurados. Para recompensar sua profunda humildade, Deus lhe deu o poder e a missão de povoar de santos os tronos vazios, que os anjos apóstatas abandonaram e perderam por orgulho. É a vontade do altíssimo, que exalta os humildes (Lc 1, 52), é que o Céu, a Terra e o Inferno se curvem de bom ou mau grado, às ordens da humilde Maria, pois Ele a fez soberana do Céu e da Terra, general de seus exércitos, tesoureira de suas riquezas, dispensadora de sua graças, artífice de suas grandes maravilhas, reparadora do gênero humano, medidora para os homens, exterminadora dos inimigos de Deus e a fiel companheira de suas grandezas e de seus triunfos’’. (TVD 27-28)
Nada como o amor para aguçar a visão, não para reparar os defeitos, mas para ver as necessidades do próximo, assim como as possibilidades de solução. Assim diz um ditado hebreu: "como Deus não pode estar em todas as partes para atender a todos, então criou as mães." Mas claro que Ele pode!, Mas quis as mães.
Se observarmos tudo, em Maria, "pela ótica do coração”, descobriremos constantemente necessidades alheias e nossas, e às vezes muito urgentes. Algumas, nós mesmos podemos solucionar. Outras, as más, apresentamos em oração silenciosa e intercessora diante de quem pode solucionar tudo. A intercessão é muito mais eficaz do que ficar murmurando. Muito mais do que este gesto habitual de levarmos as mãos à cabeça e lamentarmos, que, além de importuno, é terrivelmente ineficaz.
Os santos descrevem períodos de aridez, deserto, seca, noite escura... e nós muitas vezes estamos vivendo estas fases e não notamos. Precisamos do olhar de Maria para que, com a Sua sensibilidade de mãe nos apontar que estamos carentes do vinho da humildade, da fé, da oração, da obediência, etc.
A intercessão de Maria não pôde ser mais breve, a onipotência suplicante diz: "Eles já não tem vinho”. Poucas palavras, que com profunda humildade abrem o coração de Deus! ‘‘Schlock’’.
Cinco palavras. Nada de explicações ao ‘‘onisciente, onipotente e onipresente’’. Nada de argumentações para convencer a quem é toda a bondade. Nada de aconselhamentos e sugestões a quem tudo pode. A eficácia de nossa oração não depende da lucidez de nossas argumentações nem da eloquência de nossas palavras, nem da perfeição de nossos ritos, nem da sonoridade de nossos cantos. Depende unicamente da nossa fé e esperança no senhor, assim como nosso amor ao próximo, da nossa profunda humildade, ai... ‘‘Schlock’’ abre o coração de Deus’’
Quantas palavras desnecessárias em nossas orações pessoais e comunitárias, orações fervorosas, em voz alta na língua dos santos, sem humidade ou verdadeira submissão, que não abrem o coração de Deus!
Vivendo as virtudes da virgem Maria, em especial a Fé, entraremos no diálogo dela com Jesus. Diante das palavras de Maria, Jesus responde de forma inesperada: "Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou” (João 2,4).
Maria entendeu aquelas palavras? Provavelmente não. Mas creu. Cria e sabia que Deus jamais permaneceria indiferente às necessidades de seus filhos. E sabia que agrada mais a Deus as orações que fazemos ao pedir pelos pobres e necessitados, que em nossa própria casa.
Posta à prova, a fé de Maria cresce e se faz contagiosa. Depois disto, diz aos serventes: "fazei o que ele vos disser” (João 2,5) e... ‘‘Schlock’’
... E a água se transformou em vinho! ... Abriu mais uma vez o coração de Deus
Nossos irmãos protestantes têm razão em afirmar que o único salvador é Jesus; que dele nos vem toda a graça; que nele depositamos toda a nossa confiança. Porém erram, sem dúvida, nossos mesmos irmãos quando daí conclui que se pode (e se deve) prescindir de Maria. Jesus estava presente em Caná, mas o evangelho é muito claro em mostrar que Jesus nunca haveria feito o que fez se Maria não estivesse ali. Em quantos lugares faltam o vinho da alegria, do amor e da graça! Quantas coisas estão ficando escassas hoje mesmo na igreja! Por que não ouvir o poder intercessor daquela que é mãe de todos?
 ‘‘ O que digo absolutamente de Jesus Cristo, digo-o também da Virgem Maria, pois Jesus Cristo, escolhendo-a para sua companheira inseparável na vida, na morte, na glória, em seu poder no céu e na terra, deu-lhe pela graça, relativamente à sua majestade, os mesmos direitos e privilégios que ele possui por natureza. “Tudo que convém a Deus pela natureza, convém a Maria pela graça”, dizem os santos. Assim, conforme este ensinamento, pois que ambos têm a mesma vontade e o mesmo poder, têm também os mesmos súditos, servos e escravos.
Podemos, portanto, seguindo a opinião dos santos e de muitos doutos, dizer-nos e fazer-nos escravos da Santíssima Virgem, para deste modo nos tornarmos mais perfeitamente escravos de Jesus Cristo. A Santíssima Virgem é o meio de que Nosso Senhor se serviu para vir até nós; e é o meio de que nos devemos servir para ir a ele.
Além disso, se a Virgem Santíssima, como já disse ,é a rainha e soberana do céu e da terra, dizem Santo Anselmo, São Bernardo, São Boaventura – não possui ela tantos súditos e escravos quantas criaturas existem? Não é razoável que, entre tantos escravos por constrangimento, haja alguns por amor, que de boa vontade e na qualidade de escravos, escolham Maria para sua soberana?
Pois então os homens e os demônios terão seus escravos voluntários e Maria não há de tê-los? Seria desonra para um rei se a rainha, sua companheira, não possuísse escravos sobre os quais tivesse direito de vida e morte, pois a honra e o poder do rei são a honra e o poder da rainha; e pode-se acreditar que Nosso Senhor, o melhor de todos os filhos, que deu a sua mãe santíssima parte de todo o seu poder, considere um mal ter Ela escravos?’’ (TVD 74-76)
Observemos, enfim o que a passagem do evangelho conclui dizendo: "este foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em Caná da Galileia. Manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele.” (João 2,11).
Convidemos Maria santíssima para a nossa festa, ela trará Jesus consigo, que se apresentará na hora dEle na sua história, que possivelmente algumas vezes ele mesmo que presente ainda esteja a dizer que não chegou a Sua hora, mas pela súplica e mediação dEla, rende-se, e... ‘‘Schlock’’: dispensa a graça necessária
Enquanto houver intercessores como Maria, Deus continuará preparando surpresas para nós... E seguirá crescendo a fé do povo nEle.
 ‘‘A onipotência suplicante da Virgem Maria, na prática, é viver a consagração que quero revelar, é um desses segredos da graça, desconhecido da maior parte dos cristãos, conhecidos de poucos devotos, praticado e apreciado por um número bem diminuto.
É muito mais perfeito, porque é mais humilde, tomar um medianeiro para nos aproximarmos de Deus. Se nos apoiarmos sobre nossos próprios trabalhos, habilidade e preparações, para chegar a Deus e agradar-lhe, é certo que todas as nossas obras de justiça ficarão manchadas, peso insignificante terão junto de Deus, para movê-lo a unir-se a nós e nos atender, pois, como acabo de demonstrar, nosso íntimo é extremamente corrupto.
E não foi sem razão que Ele nos deu medianeiros junto de sua majestade. Viu nossa iniquidade e incapacidade, apiedou-se de nós, e, para dar-nos acesso às suas misericórdias, proporcionou-nos intercessores poderosos junto de sua grandeza; de sorte que negligenciar esses medianeiros e aproximar-se diretamente de sua santidade sem outra recomendação é faltar ao respeito a um Deus tão alto e tão santo; é menosprezar este Rei dos reis, como não se faria a um rei ou príncipe da terra, do qual ninguém se aproximaria sem a recomendação de um amigo.
Nosso Senhor é nosso advogado e medianeiro de redenção junto de Deus Pai; é por intermédio dEle que devemos rezar com toda a igreja triunfante e militante; é por intermédio dEle que obtemos acesso junto de sua majestade, em cuja presença não devemos jamais aparecer, a não ser amparados e revestidos dos méritos de Jesus Cristo.
Mas temos necessidade de um medianeiro junto do próprio medianeiro? Será a nossa pureza suficiente para que nos permita unir-nos diretamente a Ele, e por nós mesmos? Não é ele deus, em tudo igual ao Pai, e, por conseguinte, o Santo dos Santos, digno de tanto respeito como seu pai? Se Ele, por sua caridade infinita, se constituiu nosso penhor e medianeiro junto de Deus seu pai, para aplacá-lo e pagar-lhe o que lhe devíamos, quer isto dizer que lhe devemos menos respeito e tomar por sua majestade e santidade?
Digamos, pois, ousadamente, com são Bernardo, que temos necessidade de um medianeiro junto do medianeiro por excelência, e que Maria Santíssima é a única capaz de exercer esta função admirável. Por Ela Jesus Cristo veio a nós, e por Ela devemos ir a Ele.
Se receamos ir diretamente a Jesus Cristo Deus, em vista da sua grandeza infinita, ou por causa de nossa baixeza, ou, ainda, devido aos nossos pecados, imploremos afoitamente o auxílio e intercessão de Maria nossa Mãe; ela é boa e terna; nEla não há severidade nem repulsa tudo nela é sublime e brilhante. Contemplando-a, vemos nossa pura natureza.
É tão caridosa que a ninguém repele que implore sua intercessão, ainda que seja um pecador; pois, como dizem os santos, nunca se ouviu dizer, desde que o mundo é mundo, que alguém que tenha recorrido à Santíssima Virgem, com confiança e perseverança, tenha sido desamparado ou repelido. Ela é tão poderosa que jamais foi desatendida em seus pedidos; basta-lhe apresentar-se diante de seu filho para pedir-lhe algo, e ele só ouve o pedido para logo conceder-lhe o que ela pede; é sempre amorosamente vencido pelo seios, pelas entranhas e pelas preces de sua querida mãe.
Tudo isto é tirado de São Bernardo e de São Boaventura. De acordo com suas palavras, temos três degraus a subir para chegar a Deus: o primeiro, mais próximo de nós e mais conforme a nossa capacidade, é Maria; o segundo é Jesus Cristo; e o terceiro é Deus pai. Para ir a Jesus é preciso ir a Maria, pois ela é a medianeira de intercessão. Para chegar ao Pai Eterno é preciso ir a Jesus, que é nosso medianeiro de redenção. Ora, pela devoção que apresento, é esta a ordem perfeitamente observada’’. (TVD 82-86)
A Igreja Católica não se pronuncia oficialmente quanto ao dogma da Proclamação de Maria Santíssima como medianeira entre Jesus e os homens, porem com muito zelo apostólico quanto ao ecumenismo tanto desejado por alguns desta Imaculada Igreja, optou-se por uma terminologia que não subtrair-se de Jesus a mediação a Deus, mas não se dispense ou diminui-se o importante papel ativo da Virgem Maria no projeto salvífico. 
Por fim, com o Catecismo da Igreja Católica, concluímos:
969 - "Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura ininterruptamente, a partir do consentimento que Ela fielmente prestou na anunciação, que sob a cruz resolutamente manteve, até a perpétua consumação de todos os eleitos. Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. (...) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora. Protetora, medianeira”.
970 - "A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-aventurada Virgem (...) Deriva dos superabundantes méritos de Cristo, estriba-se em sua mediação, dela depende inteiramente e dEla aufere toda a sua força." "com efeito, nenhuma criatura jamais pode ser equiparada ao Verbo Encarnado e Redentor. Mas, da mesma forma que o sacerdócio de cristo é participado de vários modos, seja pelos ministros, seja pelo povo fiel, e da mesma forma que a indivisa bondade de Deus é realmente difundida nas criaturas de modos diversos, assim também a única mediação do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas uma variegada cooperação que participa de uma única fonte”.

Consagra-te! E... ‘‘Schlock’’ abra as portas do coração de Deus!  


BIBLIOGRAFIA:
Revista Jesus Vive e é o Senhor, nº 284 pág. 32-33 – Fevereiro de 2002.
ABIB, Monsenhor Jonas. Maria, a Mulher do Gênesis ao Apocalipse. Canção Nova.
IGREJA CATÓLICA. Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 2000
MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria. Anápolis: Serviço de Animação Eucarística Mariana, 2002.




César Mariano

Fundador da Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus, Coordenador Geral, Médico, Casado, 02 filhas.






Para citar esse artigo:
César Mariano
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus | MARIA, ONIPOTÊNCIA SUPLICANTE: AQUELA QUE TEM AS CHAVES  DO CORAÇÃO DE DEUS
http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com.br/2012/05/maria-onipotencia-suplicante-aquela-que.html

6 comentários:

  1. Nunca Ví tamanha BLASFEMIA contra a Salvação que Jesus nos de morrendo na cruz. ´Ninguém vai ao Pai se não for por mim´. Isso basta pra dizer que só em Jesus temos a MEDIAÇÂO dos pecados e a Salvação. ´Não há outro nome dado pelos HOMENS...´!! Jesus BASTA em minha vida, quem tem Jesus tem tudo.

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    1. Sr. anônimo ou (Srª anônima) Jesus é o próprio Deus. Maria Santíssima foi escolhida por Ele , para que os cabeçudos deste mundo crescem vendo e tocando. Maria é mediadora sim, não por Ela, mas Deus que assim quis. Respeitar a mãe de Jesus é respeitar o Plano de Deus.

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  2. Caríssimo César, sou-lhe grato pela explanação clara a respeito da onipotência replicante de Maria. Vejo ser conhecedor da Mariologia e peço humildemente que se possível, nos faça esclarecidos sobre a onipresença e onisciência de Maria, que segundo um conhecido padre, diz não ter Ela onipresença e onisciência, senão pela Graça de Deus. Então, se pela Graça tem Ela onipresença e onisciência, não seria assim pela graça, onipresente e onisciente?

    Muito obrigado

    Celso Soares Fonseca
    e-mail: celsofonsecaf@bol.com.br

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  3. BLASFÊMIA, deveria ser o nome deste texto. ‘‘Não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim’’ (Gálatas 2,20) Quem disse isso foi Paulo e não Maria! Só mentira e engano nesse texto!

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